Arruda, vila histórica a qual a primeira referência data de 1160, aquando D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal, lhe concede Foral. Através dos vestígios arqueológicos e referências toponímicas pode-se afirmar que este território tenha conhecido o início do seu povoamento alguns séculos antes de Cristo. Porém, a controvérsia acerca da origem do topónimo Arruda tem vindo a prevalecer ao longo da sua existência.
A "arruda", de nome cientifico "Ruta graveolens" é um subarbusto originário do sul da Europa, de qualidades terapêuticas, que abunda em todo o país, e segundo Guilherme Cardoso e José D’ Encarnação no Artigo,
"Arruda dos Vinhos – Uma rota privilegiada / A Origem do Topónimo" (2010), a «abundância desse arbusto na região pudesse dar origem a um topónimo» (p.3), podendo ser, «(…) mais um dos frequentes casos de nomes de terras gerados a partir de plantas». Filipe Soares Rogeiro (1997) na sua monografia
"Arruda dos Vinhos – Das origens à restauração do Concelho em 1898", defende o mesmo, acrescentando que «por este motivo se terá retirado para Arruda, com a sua Corte, D. Manuel, refugiando-se de uma peste em Lisboa, até que esta cessasse» (p.15).
Neste sentido, Guilherme Cardoso e José D’ Encarnação procuraram outro caminho para justificar a origem do topónimo, remetendo para o contexto histórico, em que «Arruta» é referenciada por D. Afonso Henriques num documento guardado na Torre do Tombo (Forais Antigos, maço 12, n.º 3), datado de Coimbra, do ano de 1172. «Arruta» é «a latinização do nome por que a terra era conhecida» (p.4), desconhecendo o nome original.
A teoria mais consistente prende-se com a sua localização geográfica, pela sua disposição territorial como ponto de passagem, aliado à fertilidade dos terrenos, sendo igualmente conhecida desde os tempos mais remotos pela prática do cultivo de produtos hortícolas e sobretudo, pela produção vinícola. Ora, o vinho é uma marca não só de Arruda, mas da região Oeste, mais próxima da capital. Os vinhos de Torres Vedras, Dois Portos, seriam escoados até ao Tejo (segundo os autores em S. Iria da Azóia, uma vez que existem referências históricas ao «vinho de Lisboa chamado ansoye» (p.5). seguindo para exportação em navios mercantes. Arruda era também rota de passagem dos Caminhos de Santiago, pela Freguesia de Santiago que, segundo consta, foi fundada por cruzados no século XII.
Guilherme Cardoso e José D’ Encarnação concluem com grande probabilidade que a origem do topónimo Arruda derive de rota (grande e importante itinerário) «Arruda dos Vinhos» era «a rota dos vinhos»! Ali se produziam, é certo; mas era, sobretudo, por ali que eles passavam. (p.7).