São variados os vestígios de ocupação Pré-histórica no concelho, mas foi no Casal das Antas, Freguesia de Arruda dos Vinhos, próximo da vila, que se deram os primeiros achados deste período - “A Anta
1 de Arruda”.
A
Anta de Arruda, escavada por José Leite de Vasconcelos
2 em 1898, mas anteriormente referenciada pelo Padre Belchior da Cruz em 1883, fazia parte de um conjunto de monumentos funerários existente nesta localidade. O topónimo Antas sugere que existam ou tenham existido este tipo de sepulturas pré-históricas. Hoje em dia não existem vestígios destes monumentos funerários no concelho, sabe-se apenas que nos anos 70 do séc. XX, esta estrutura ainda estava intacta e crê-se que foi nessa altura que terá sido destruída.
A Anta de Arruda é considerada como “o maior monumento de um conjunto que incluía, pelo menos, duas antas. Possuía uma câmara trapezoidal alongada, aberta a nascente, com o comprimento máximo de 10 m e uma largura máxima de 5 m, restando 12 esteios”.
3 Quanto aos seus materiais de construção sabe-se que “todos os esteios eram em grés micáceo ou de cimento calcário do jurássico"
4, ou seja, matéria-prima geológica da região.
Das escavações que Leite de Vasconcelos fez na Anta de Arruda apareceram inúmeros artefactos, nomeadamente “instrumentos de pedra polida, duas lâminas de sílex, dois punhais ou lanças, uma conta de colar, fragmentos de ídolos cilíndricos em calcário, um fragmento de placa de xisto decorada, dois fragmentos em cerâmica, um deles decorados e ossos humanos"
5, que foram depositados no Museu Nacional de Arqueologia.
Atualmente, o Município de Arruda dos Vinhos está a desenvolver um trabalho de investigação e inventário do património arqueológico depositado no Museu Nacional de Arqueologia, tendo confirmado que estes artefactos integram as reservas deste museu.
É intenção deste Município recolher toda a informação disponível no MNA (descrição, registo fotográfico e desenhos) e, se possível acolher todos os materiais provenientes dos sítios arqueológicos do concelho, para estudo e exposição.
Desenho dos materiais encontrado nas escavações da Anta de Arruda
1 – Machado de Pedra Polida;
2 – Lâminas de Silex;
3 – Punhais de Sílex;
4 – Fragmentos de Cerâmica Decorada;
5 – Conta de Colar;
6 – Fragmento de Placa de Xisto decorada (seg. LEISNER, est 13)
Anta de Arruda – Planta e vista em perspectiva (seg. LEISNER, est. 13)
1- Antas ou Dólmens, são monumentos megalíticos tumulares, datados entre os 5.000 a 3.000 anos a.C.
2- Fundador do Museu de Belém em 1893 , actual Museu Nacional de Arqueologia.
3- BRANCO, Maria Gertrudes Azinheira; “ A Pedra de Ouro (Alenquer): uma leitura actual da Colecção Hipólito Cabaço”; Trabalhos de Arqueologia 49; Instituto Português de Arqueologia; 2007; Lisboa: p.p.47-48.
4 - BRANCO, Maria Gertrudes Azinheira” , idem
5 - FERREIRA, Paula; CÂMARA, Paulo; “ Arruda uma Viagem no Tempo”, Arruda dos Vinhos; CM.Arruda dos Vinhos; 1999; p.p.17-18.