Trata-se de um palacete setecentista de andar alto com frontaria aristocrática, rasgada por sete janelas de varanda, com Brasão de Armas, sobre a janela central. No seu alinhamento em anexo, uma linda capela com data de 1781, ocupando um terço da frontaria virada a nascente e confinando com a Rua Cândido dos Reis (antiga Rua Direita). Estendem-se para sul, um vasto e bonito jardim e uma casa de âmbito rural, que confina com o chafariz, virado a nascente, e que data de 1789. Na fachada sul do Palácio, apresenta-se uma delicada escadaria rasgada, em leque, de um só vão, com acesso a um terraço resguardado com murete e bancos forrados a azulejo policromado da época. Neste nível cinco janelas, duas das quais de sacada, em alternância e equidistantes. A capela adjacente completa este verdadeiro espaço de representação social, o que resume o ideal de vida da nobreza setecentista. Esta capela é sem dúvida grande demais para Capela de Palácio, pressupondo uma utilização menos privada.
O trabalho de risco e orientação de construção do Palácio do Morgado atribui-se a Mateus Vicente de Oliveira, arquiteto português que nasceu em Barcarena em 1706 e morreu em Lisboa em 1785. Originalmente o solar “Palácio do Morgado” era essencialmente dividido em dois andares: o 1.º andar para residência do proprietário e rés-do-chão para serviços de apoio à casa e propriedade agrícola.
No andar nobre, com acesso através de uma escadaria interior, interligando átrio e pequeno vestíbulo, deparamo-nos com três zonas distintas. A primeira trata-se de uma zona social, composta por sala de leitura, salão e sala de jantar de pé direito alto; na segunda zona encontramos a cozinha, sala de refeições, despensas, corredor e acesso ao piso superior; a terceira compreende: quartos de dormir, quartos de despir e duas casas de banho de construção posterior.
Este belo solar, que foi em tempos de gente nobre, serviu concerteza de palco para belas festas, encontros de negócios, enfim... serviu de pano de fundo ao dia a dia de muita gente, alguns dos quais não passaram despercebidos aos olhos do “mundo”.
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