Duzentos anos depois da Guerra Peninsular e doze anos após o início do projecto de recuperação dos fortes que integram as chamadas Linhas de Torres, o Município de Arruda dos Vinhos inaugurou, no dia 5 de Junho, e na presença de Sua Excelência o Ministro da Defesa Nacional, Doutor Augusto Santos Silva, o Circuito de Arruda dos Vinhos composto pelo Centro de Interpretação das Linhas de Torres, O Forte do Cego e o Forte da Carvalha.

Estas estruturas militares foram, durante décadas, esquecidas, sujeitas à erosão dos tempos e à actividade humana desconhecedora de tão valioso património. Consciente da sua potencialidade, Arruda dos Vinhos iniciou um conjunto de pesquisas, estudos, parcerias de carácter técnico e científico e promoveu um sem número de acções na tentativa de sensibilizar para a relevância deste conjunto de fortes e fortins. A par disto o Município uniu-se aos Municípios de Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira, constituindo a Plataforma Intermunicipal das Linhas de Torres com o objectivo de criar e promover a “Rota Histórica das Linhas de Torres”.

Após a guarda de Honra ao Ministro de Defesa Nacional, foi descerrada a placa evocativa da Inauguração do Circuito de Arruda dos Vinhos a que se seguiu a cerimónia evocativa do esforço do povo português na construção das Linhas de Torres que decorreu no Auditório Municipal.

O Sr. Presidente da Câmara, Carlos Manuel da Cruz Lourenço, mostrou-se satisfeito pela concretização deste projecto e pela recuperação deste património que, lembrou “não é de arruda, não é do oeste, é do mundo”. Aproveitou ainda a oportunidade para agradecer à Senhora Embaixadora da Noruega, Inga Magistad em representação do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEAGRANTS) que apoiou financeiramente este projecto e ao Exército Português pelo apoio dado ao projecto a participação nos trabalhos de recuperação e salvaguarda do património.

A Embaixadora da Noruega, Inga Magistad, referiu que dos projectos culturais que o mecanismo apoiou em Portugal este é dos em que mais acredita, quer pela importância histórica do património envolvido, quer pelo potencial turístico da região em que está implantado.

O Chefe de Estado Maior do Exército, General José Luís Pinto Ramalho, fez uma resenha histórica dos acontecimentos que tiveram lugar nas Linhas de Torres e explicou a importância e as características do Forte do Cego e do Forte da Carvalha. Enalteceu ainda o esforço e engenho dos militares e da população da época que resultam na retirada de Napoleão e das suas tropas da região e, posteriormente, de Portugal.

No seu discurso o Ministro da Defesa Nacional destacou três aspectos na recuperação do património agora inaugurado: memória, património e desenvolvimento. Memória relembrando os acontecimentos que tiveram lugar há duzentos anos, que determinaram a soberania de Portugal e que deram origem às democracias europeias de hoje; Património salvaguardando estas estruturas há muito esquecidas e que permitirão Desenvolver as economias locais através do turismo, um dos sectores mais importantes da economia Portuguesa.

Após esta sessão tiveram lugar as visitas ao Forte do Cego e ao Forte da Carvalha onde foi descerrada uma pedra evocativa do esforço do Povo Português que construiu os fortes e redutos das Linhas de Torres, durante a Guerra Peninsular.

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