Trabalhos arqueológicos no sítio pré-histórico do Moinho do Custódio (2019-2020)
// 19-11-2020
No âmbito do protocolo celebrado entre a UNIARQ, Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa (Faculdade de Letras de Lisboa) e o Centro de Estudos e Investigação (Câmara Municipal de Arruda do Vinhos) têm decorrido diversas iniciativas de investigação e valorização do património arqueológico concelhio.
Numa primeira fase, o projeto da Carta Arqueológica de Arruda dos Vinhos, desenvolvido entre 2015 e 2017, permitiu identificar vários sítios arqueológicos de potencial científico e patrimonial. Entre os vários sítios então inventariados, destacava-se o povoado pré-histórico do Moinho do Custódio, situado na freguesia de Arranhó, concelho de Arruda dos Vinhos, alvo de publicação na Revista Ophiussa, nº 1 (2017).
Tendo por objetivo a caracterização do sítio, foi efetuada uma campanha de diagnóstico em Julho de 2019. O progresso dos trabalhos foi interrompido com a atual situação sanitária mas, em setembro e outubro de 2020, foram desenvolvidos trabalhos de campo pontuais com uma pequena equipa que procedeu à proteção das estruturas identificadas e à conclusão de registos de campo.
Os trabalhos arqueológicos têm a direção de Ana Catarina Sousa (UNIARQ, FLUL) e de Jorge Lopes (CMAV), com financiamento do referido município. A equipa foi constituída por investigadores da UNIARQ, estudantes de licenciatura, mestrado e doutoramento da Faculdade de Letras de Lisboa e na campanha de 2019 integrou também jovens participantes no programa do serviço educativo do município de Arruda dos Vinhos, denominado por Arqueologia Viva. Paralelamente têm decorrido diversos estudos multidisciplinares, de entre os quais a realização de levantamentos com o recurso às geotecnologias.
As primeiras campanhas desenvolvidas permitiram identificar estruturas amuralhadas e contextos domésticos datados da segunda metade do 3º milénio a.n.e. associados a materiais arqueológicos característicos desta região, nomeadamente cerâmicas do grupo folha de acácia. Decorrem agora os trabalhos de estudo dos materiais para uma reavaliação de trabalhos futuros deste “novo” povoado fortificado calcolítico da Estremadura.